
Fiquei sabendo nessa última semana de uma história extraordinária. Não pude me furtar a contá-la. Narrei o episódio na homilia do culto dominical e o faço agora:
Uma avó me contou na escola onde trabalho que certo dia seu neto chegou "amuado" da escola. Chorou muito, não quis comer, ficou reticente e agressivo. Não quis dizer o que causou a mudança de humor. Ela não insistiu, deixou como estava.
A mãe da criança trabalha o dia inteiro, mora na casa a avó, o neto, a neta e a mãe das crianças. As crianças estudam de manhã, a avó é pensionista e a mãe das crianças sai todo dia de manhã, pelas seis horas e volta de noite, pelas vinte e duas horas.
Bem, nesse dia, a mãe chegou no horário de costume e foi imediatamente informada pela avó, sua mãe, de que o filho dela não chegou de bom humor da escola, que chorou e ficou "amuado" e agressivo não respondendo às perguntas da avó.
A mãe da criança foi imediatamente ao seu quarto para saber do que se tratava. Acordou o filho que já dormia e começou a conversar com ele. Nisso ficou sabendo que o motivo de tanto sofrimento era dificuldade de aprender o conteúdo de Matemática. Não havia briga, nem ninguém o havia molestado ou chamado sua atenção por mal comportamento. Sua mãe prometeu ajuda na realização das atividades e que arrumaria até um professor particular se fosse necessário.
A conversa que teve com o filho rendeu até a uma hora da madrugada! Aqui se percebe o que faz uma mãe de verdade. Ela teve um dia duro de trabalho, saiu cedo, chegou tarde. Não jantou, não tomou banho, não trocou de roupa, sabemos que estava cansada, com fome, desconfortável por usar uma roupa por um dia inteiro. Mas, ela deu prioridade ao filho. Ela se preocupou com o filho, atendeu às suas necessidades. Não pensou em si mesma, só no amor de sua vida.
Essa história é extraordinária! Porque muitas vezes os profissionais da escola se deparam com frases ditas por diversos pais e mães que não tem tempo para o filho porque trabalham! O filho, carente de atenção, dá cada vez mais trabalho na escola. Os pais mais uma vez declaram: "não sei mais o que fazer com ele". Se preocupasse mais com ele e não consigo mesmo, saberia o que fazer.
Breno José de Araújo
Ibirité- Minas Gerais