Ensinamento de mãe no amor.

Há dez anos minha mãe mora com o Pai Celeste. Ela me ensinou muitas coisas, mas há um ensinamento em especial que guardo para o resto de minha vida. No momento eu fiquei triste e não compreendi. Hoje trago vivo na memória o que ela me disse.

Ela havia me chamado como de costume:
_Breninhooo...
Eu:
_O queeeê!!!
Ela me repreendeu da seguinte maneira:
_O quê, não, VAGABUNDO! É SENHORA!

Eu respondi "o quê" não foi por maldade. Foi porque já havia ouvido outras pessoas responderem assim ao chamado de alguém.

Minha mãe nunca me havia chamado de "vagabundo" para mim o termo se referia a quem fosse bandido ou um marginal qualquer. O termo foi duro. Mas, a impressão foi só no momento, atendi ao chamado de minha mãe e depois esqueci do acontecido. Esqueci momentaneamente, porque o episódio ficou marcado em mim indelevelmente.

Hoje, sou adulto, 37 anos. De tudo o que minha mãe me ensinou, de todo o tempo em que convivi com ela esse episódio é o mais vivo, mais cheio de detalhes, e mais importante. Lembro-me de minha mãe com AMOR.

Ela me amou profundamente naquele dia. Ensinou-me uma lição para eu jamais esquecer. A partir daquele momento, falar a palavra "senhora" tinha um "gosto" especial. Eu sempre me referia a ela como "senhora", mas como essa palavra era "doce".

Amar não é gostar. Amar não é dar coisas. Amar não é possuir. Amar não é acariciar. Amar não é dar aquilo que o outro pede, amar é dar o que o outro precisa. O que ele precisa pode ser de uma dureza sem igual.

Depois eu continuo o pensamento.