Teixeiras - Minas Gerais - Brasil
Domingo, 11 de agosto de 2024, dia dos pais.
Quero lembrar-me de um grande pai.
Nesse dia dos pais, onde o Brasil inteiro celebrava a importância dessa pessoa
tão especial na vida de todos nós, o amigo para sempre.
Já que para educar uma criança é necessário duas pessoas, pois a carga é pesada e, dividindo-se o
peso fica mais fácil o transporte.
Para você, leitor, informo que nesse dia dos pais, um grande pai foi sepultado.
Trata-se de Joaquim Barbosa, meu tio.
Ele não tinha filhos biológicos, ele não tinha filhos adotivos, ele não tinha filho nenhum.
Ele dedicou a sua vida a servir aos seus irmãos da Igreja Adventista do Sétimo dia, seja qual
fosse, e em qual região da cidade ele morasse.
Ou seja, ele não se casou.
Decidiu viver celibatário.
Contudo, no enterro, as palavras que se ouvia de todos os presentes foram:
_ Ele foi meu Pai na Fé!
A gente não entende os desígnos de Deus.
Reclamamos, brigamos e nos afastamos dele.
Alguém consegue me dar o motivo disso tudo?
O meu tio Joaquim Barbosa era conhecido por todos como "Tio Dunda".
No velório de minha sogra, Dona Norma Stela Barbosa Leite, tio Dunda fez as honras religiosas e
disse que não estaria se despedindo dela, irmã dele. Estaria dizendo apenas:
_ Um até logo.
Eu guardei aquelas palavras para mim, num momento tão delicado e desesperador, me dando
esperança da Ressurreição e paz no coração.
Graças a Deus pude retribuir.
No dia do seu enterro, eu disse:
_Tio Dunda, até logo!
Não poderia ser mais significativo que num dia dos pais, os filhos pudessem estar enterrando
seu pai com honra, que é a ordem natural das coisas, os filhos enterrarem seus pais.
Fico feliz, como diz as palavras da Bíblia:
"A morte foi absorvida na vitória.
Morte, onde está a tua vitória?
Morte, onde está o teu aguilhão?"
1Cor, 15,55.
Sabem o motivo?
Por que naquele dia, meu filho João Paulo Barbosa de Araújo
viu o pai dele atento a tudo.
Fora lhe ensinado sem "discursos, nem frases ou palavras" (Salmo 18/19)
a importância de se dar valor à vida.
Ele viu o pai ser o primeiro da fila para carregar o caixão.
Que lhe disse que não deveria pisar naquele chão, pois era sagrado.
Meu filho viu o próprio pai chorar de tanta dor.
Um dia esse ciclo se repetirá.
E nesse dia, quem estará na sepultura
serei eu.
Espero que o meu filho possa dizer de mim nessa hora:
_ Foi meu pai em todos os requesitos, mas o mais importante:
_Foi meu pai na Fé!
Breno José de Araújo
Ibirité, terça-feira, 20 de agosto de 2024.