Eu sou um educador, trabalho numa escola pública. Tenho vistos muitos embates diariamente entre aluno e professor, professor e direção, mães de alunos e professor... cada um sustenta sua posição frente a uma determinada situação.
Ontem eu participei de uma reunião entre educadores e mães de alunos de um projeto social chamado "Corpo Cidadão" organizado pelo grupo de danças "Corpo" no bairro Jardim das Rosas em Ibirité - Minas Gerais. Os alunos são oriundos de escola pública, eu representava a minha escola como coordenador pedagógico. Observei algumas coisas interessantes:
- O espaço neutro. Um local fora da Instituição escolar;
- Presença de representantes da escola;
- Presença da família;
- Intermediadores do diálogo que não eram da instituição escolar, mas que já se formaram nela;
- O assunto principal era como despertar o interesse dos filhos pelo estudo.
Notei aí a complexidade das coisas. Em um local diferente do que eu estava acostumado a lidar pude ver as mães de meus alunos relatando que a escola não estava atendendo a necessidade de seus filhos.
Notei que o projeto social entendia isso e tem o objetivo de contribuir para estabelecer esse diálogo.
Notei também que não existe respostas prontas para a complexidade.
Nessa reunião, participei de uma oficina, junto de outras mães, para aprender percussão. Juntou 13 pessoas que não se conheciam com dois educadores do projeto. Cada um pegou um instrumento diferente que não conhecia. Com o trabalho dos educadores conseguimos tocar e cantar uma música dentro de quarenta minutos.
Cada um de nós se revelou não saber nada de instrumento musical e de música, mas com a alma aberta, ouvido atento e o desejo de aprender conseguiu formar um conjunto musical.
Acredito que é uma metáfora para a vida. Há a complexidade. Mas, há também a simplicidade.
É possível produzir muita coisa boa no mundo.
Ibirité, 15 de julho de 2009.
Breno José de Araújo.
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